A 8 de Julho de 1832, praia junto a Arnosa do Pampelido, entre as freguesias de Perafita e de Lavra do concelho de Matosinhos, teve lugar um acontecimento que iria alterar decisivamente o curso da história e marcar o início do fim do absolutismo em Portugal.
Organizada a partir dos Açores uma esquadra comandada por D. Pedro IV com um exército de 7500 homens desembarca nesta praia com o objectivo de pôr instaurar no país um regime moderno e liberal. A escolha deste local apanhou de surpresa o exército absolutista uma vez que esperando um ataque a Lisboa a defesa do Norte tinha sido desguarnecida. Após o desembarque o “Exército Libertador” seguiu para o Porto onde entrou pacificamente a 9 de Julho e onde resistiu heroicamente durante um ano no “Cerco do Porto”.
Assinalando o local do desembarque foi erguido, por iniciativa de António José de Ávila e subscrição pública um obelisco destinado a perpetuar a memória deste acontecimento. A sua localização foi feita com base no testemunho de elementos do “Exército Libertador” que, de resto, estiveram presentes, ao lado da rainha D. Maria II no lançamento da sua primeira pedra a 1 de Dezembro de 1840. Contudo seriam necessários 24 anos para se dar por concluído o obelisco, tendo sido proposta a sua classificação como monumento nacional em 1880.
O obelisco em granito inclui referências à data do desembarque em duas coroas metálicas observáveis no topo. Quatro painéis calcários na sua base registam referências à iniciativa da construção do monumento, alguns dos comandantes do “Exercito Libertador” e a famosa proclamação que D. Pedro IV fez aos soldados antes do desembarque.
Restaurado em 2001 por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos, o Obelisco da Memória é elemento fundamental do património histórico da região e integra-se numa área dunar igualmente protegida pela autarquia.
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